domingo, 29 de julho de 2012

Morder a língua

Se há coisa que a experiência de vida me tem ensinado mais é a ficar calada...
Pensar e não dizer o que me cruza a moleirinha.
Julgar - Nunca - e ouvir cada vez mais...
Pois o tempo tem-me vindo a mostrar que as certezas da vida quase sempre se viram ao contrário consoante o capítulo.

Aos 8 anos criticava os adultos por nunca tomarem banho na praia. Cheia de certezas apregoava às minhas amigas que eu iria tomar sempre muitos banhos e mesmo que a água estivesse fria. 
Hoje não ponho os pés na água a não ser que o calor esteja abrasador e tenha mesmo que ser - um banho é o máximo que consigo nos dias de verão louco.

Aos 20 criticava a vida aborrecida dos casais em que as noites eram passadas em frente ao televisor.
Hoje em dia, confesso que a maioria das noites passamos cada um em frente ao seu computador e nem sequer sabemos o que o outro está a fazer.

Aos 25 achava do mais deprimente possível - fazer férias em casa.
E estas férias foi isso mesmo que fiz - estou feliz de relaxada e amei estes dias de pausa na minha cidade.



quinta-feira, 12 de julho de 2012

Instagram addicted


Novo vício que adoro...
eu que nem nunca fui interessada por fotografia, mas aquilo é a plataforma ideal, simples mas que ao mesmo tempo dá para experimentar alguma coisa e desafiar a imaginação.

Aqui vai uma foto do meu fofinho mais lindo num dia de alegria descomunal.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Porque é que é tão difícil cortar o cabelo aos rapazes pequenos?



Espero não ofender ninguém, mas tenho uma genuína curiosidade no aspecto de cortar o cabelo aos putos.
Tanto em Portugal como na Dinamarca vejo montes de bebés e rapazes pequenos com o cabelo bastante comprido quase sempre a precisar de corte.
Primeiro pensei que era forretice, ah e tal é chato cortar o cabelo e difícil e é caro levá-los ao cabeleireiro, mas desde que o assunto me fascina tenho vindo a sondar mães conhecidas e tenho a impressão que é mais do que isso.
Não é preguiça ou vontade de não gastar dinheiro, é mesmo uma relutância em cortar o cabelo...

Então se tiverem caracóis!! uiiiii então é que os putos não vêm a tesoura durante anos, Deus nos livre de cortar os caracóis, e andam assim com um aspecto estrela de rock durante muito tempo...

A uns amigos nossos que também não gostavam muito de cortar o cabelo ao filho até chegou a acontecer que a ama um dia fartou-se da farta cabeleira do puto e deu-lhe uma carecada!! Os pais passaram-se... Mas eu compreendo a senhora :)))

Eu não fui mordida por esse bicho e detesto ver o meu filhote com o cabelo comprido. Usamos a máquina do pai e vai de 3 em 3 meses à máquina quatro. Adoro vê-lo de cabelo curtinho.

fotografia

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Summer in town

Em Copenhaga é em Julho que toda a cidade tira férias.
As ruas ficam desertas, os take-aways favoritos fecham, o trabalho fica às moscas.

Este ano decidimos ficar por cá, e entre chuvadas intensas e dias de sol muito desejados, esta cidade tem muito a oferecer no verão.

Chove muito mais do que o admissível, mas talvez por isso mesmo haja muita actividade para nos distrair do mau tempo.
Já estive a fazer a agenda cultural da época e só escolhi actividades para crianças (até agora).
A lista não pára de aumentar e temos actividades para todos os dias com teatro de rua, concertos, pinturas em museus (nos dias em que chover...) - Tudo Grátis!
Até agora não estou arrependida de ter ficado sozinha na cidade, mas ainda agora o mês começou... 



quarta-feira, 4 de julho de 2012

Verdadeiro Português

Por causa deste post lembrei-me que o meu filho é assim.
Mas ainda tem 3 anos, por isso espero que aprenda com a idade.
Nunca diz que não redondo... Desde que fala melhor e que se expressa, tenta sempre não ferir os sentimentos de quem lhe faz perguntas ou quem lhe dá uma ordem.

Se não quer vestir uma coisa diz - "Outro dia..."
Se não gosta da comida diz: "Hoje não gosto lá muito".
Se eu lhe digo que tem de cortar as unhas ele diz: "Logo à noite..."

Eu não sei de onde lhe veio esta mania mas só pode ser dos genes Portugueses.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

os trinta

Quase a chegar aos 33 tenho uma ideia do que é isto de ter trinta anos. 

É aquela idade em que se acabou o potencial, o aprender, o escolher... 

Aos 30 e tal já é suposto estarmos bem instalados naquilo que escolhemos e sermos o tal sucesso que sempre se esperou de nós, ou que nós esperámos de nós mesmos. 

Se queríamos ter filhos e não temos começamos a stressar, se temos filhos que tanto queríamos queixamo-nos da vida stressada e da rotina do dia-a-dia e de tudo o que deixámos para trás na vida antes dos filhos. 

Se não temos filhos e não queremos, começa a questão do que é que queremos afinal? O que fazer com tanta liberdade? 

Nos 20 havia a dúvida e a responsabilidade da escolha mas ainda a esperança no potencial de tudo q podia acontecer e ao 30 embate a realidade das escolhas que tomámos. 

Bem-vinda vida adulta! - Pode não parecer mas gosto muito de ti :)

terça-feira, 26 de junho de 2012

Aviso - post deprê a condizer com o verão Dinamarquês

Há uns 8 ou 9 anos estava eu fresquinha acabada de chegar à Dinamarca e falei com um senhor Português que conheci em Christiania e que se definia como Português e Cristianito (não do CR7 mas de Christiania de Copenhaga).
Para grande espanto meu ele disse que AMAVA Portugal e por isso há vinte e tal anos que não lá ia.
Que para visitar não queria ir, só queria voltar quando fosse para ser de vez.

Eu achei aquilo muito esquisito...
mas juro que hoje compreendo a 100%.
Näo estou por sombras perto de fazer o mesmo, mas percebo...
Porque cada vez que lá vou as saudades aumentam e a desilusäo é maior.
Saudades da vida que era minha e que já näo é, tudo o que ficou para trás e tudo o que näo vivi.
Vivo outras coisas mas a vida que eu construi com tanto carinho durante 23 anos ficou para trás.

Mummy Power

Sempre que havia discussões em minha casa, sempre tomei o partido da minha mãe.
Não por dever ou obrigação mas porque achava sinceramente que ela tinha razão em tudo.
Depois de crescida e ao rever em mente algumas discussões frequentes familiares e analisando mais à distância e já sem o poder do afecto e Mummy-dependência, chego à conclusão que nem sempre as coisas eram assim tão simples, e que nem por sombras a minha mãe tinha razão em tudo.

Por isso merecia ter um filhote tão fiel como eu fui.

Hoje zanguei-me à séria com o martinico. Depois de levar 3 vezes com o mata moscas em cheio, e de o ter avisado que se me batesse mais alguma vez ficava sem mata moscas (o brinquedo favorito do momento! LOL).
Drama, choro, injustiça, quero o mata moscas de volta!
Não... Agora é castigo!!

Pois quem foi a vítima do mau humor subsequente foi o Pai que não fez nada e não o castigou.
O Martin disse que estava zangado com ele, que não o queria lá no quarto enquanto eu continuava a preferida e ao lado dele a gozar o prato.

Lindo...  

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Conclusäo de hoje - Já estou há muitos anos na Dinamarca...

Jogo Portugal vs Dinamarca hoje à noite e a conversa dispulta no laboratório.

Vários dos maus colegas perguntam-me por quem é que eu vou torcer ?!?!

Maffa sempre elegante e nada bruta responde:

- O que é que tu achas???

Uopps

Na segunda vez que me perguntaram já não tomei como ofensa mas mais como elogio.
Ena pá... já me consideram tão integrada que acham que eu iria torcer pelo meu país acolhedor!

sábado, 9 de junho de 2012

Idade dos Porquês

O Martin entrou oficialmente na idade dos porquês.
Sempre achei que seria muito giro!! e prometi a mim mesma que se não soubesse a resposta ia mesmo procurar e nunca inventar.



No entanto, hoje fomos ver um espectáculo de dança ao ar livre e ele esteve uma hora e meia a perguntar porquês impossíveis:
- Porque é que eles estão vestidos assim?
- Porque é que eles estão a fazer isso?
- Porque é que só têm uma meia?
- Porque é que a menina bateu no chão?
.... etc....

Por um lado percebo, que ele queira perceber o que está por detrás da dança e a história que se está a contar (se é que há alguma história)
Mas eu não sei... Nem dizia em lado nenhum!
ou seja - uma hora e meia de respostas evasivas da minha parte:
- Se calhar é porque...
- Olha é a dança...
- Não sei...
- Não sei, mas é giro não é?

 está muito científico o meu filhote, tem de ser levado mais às artes :) 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Fashion Victim

Nunca imaginei que aos três anos e especialmente sendo rapaz, se pudesse gostar TANTO de roupa...
Para o meu filho é quase tão bom receber uma t-shirt como uma pistola.
Adora roupa nova e fica tão contente de a vestir que quando chega ao infantário a primeira coisa que pergunta aos amigos é se gostam de camisola nova dele - ao que eles olham com uma certa indiferença...
Eu acho demais, excepto quando a esquisitisse bate à porta e só quer AQUELE par de cuecas com o Bakugan e essas estão para lavar, ou quando só quer vestir calcas de fato de treino dia após dia...

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Faz barulho!

Eu sempre achei que até cantava bem... Não o suficiente para me dedicar a isso (nem por sombras) mas bem o suficiente para cantar em bom som em qualquer coro improvisado.
Bem o suficiente para saber muitas musicolas e as cantarolar de vez em quando estou distraída e absorta na minha vidinha (no banho, nas limpezas, a andar de bicicleta...)
No entanto, sempre achei que o momento idílico de comunhão entre mãe e filho seria a cantar.

E aí está o momento em que tudo desmorona. O meu filho não gosta de me ouvir cantar...
Pára tudo!!
Mais uma desilusão da minha imagem perfeita da maternidade.
Provavelmente é porque as músicas que eu canto não são as mesmas da escola...
Mas mesmo antes do martinico ir para a escola, eu levava sempre com desmoralizadores "Shiiiuuuu - faz barulho!!" durante as minhas performances caseiras.
Houve muito tempo mesmo em que não lhe cantava à noite para dormir.
E agora faço-o mas nunca há aquele coisa de discos pedidos, tipo:
"Mãe canta esta, agora esta..."
Nada... limita-se a ouvir as 3 músicas do costume e a adormecer.

MAS descobri uma música que ele gosta e que me pede muito para cantar.
Quase todos os dias !
Estou tão fartinha da musica mas fico tão contente ao mesmo tempo por finalmente ele gostar de uma musica porteguesinha e a querer ouvir non-stop!!



terça-feira, 15 de maio de 2012

Escapadinha

Escapei dois dias da minha vidinha e fui passear a Berlim.
Foi mesmo perfeito! 
Fui com duas amigas do antigamente mas daquelas amizades que não desvanecem nem com a distancia nem com a falta de comunicação ... 
Não consigo bem explicar, mas senti por algumas horas, durante o fim de semana, que o tempo tinha voltado atrás e que eu era a Mafas da faculdade despreocupada e curiosa, que andava a explorar uma cidade com as amigas. 
A minha vida familiar de Copenhaga parecia lá looonge... quase como um sonho. 

E foi bom... muito bom!!

Nem tive saudades do meu pequenote, principalmente porque sabia que ele estava bem.
Claro que doeu um bocadinho quando ele quase me desligou o telefone na cara quando eu lhe disse que ainda andava a passear e que não ia já para casa.
Mas quando cheguei tive direito ao maior sorriso do mundo e aos melhore abraços do universo. 
e o seu ar de admirado: "Estás cá?".

Isto de ser mãe é tão especial, ter alguém que deseja a nossa presença mais que tudo no mundo... Sentir que o meu filhote me quer ao seu lado de preferência sempre e a todo o momento  - completa-me e faz-me sentir importante.

Mas mesmo assim uma escapadinha de vez em quando sabe mesmo bem...

domingo, 13 de maio de 2012

Portu-dino


Já vivo há 9 anos em Copenhaga. Acho que é isso que me define mais na minha vida - sou emigrante, emigrante com tudo o que tem direito - muita saudade, muita nostalgia, poucas viagens à terra e de vez em quando alguns erros no Português...

Hoje no grupo dos Portugueses na Dinamarca veio um homem deitar abaixo quem dá erros, e que devíamos ter vergonha na cara...
Um exagero completo porque o Facebook é para trocar ideias rapidamente e as gralhas são inevitáveis.
Mas dei por mim a pensar que eu já dava alguns erros antes de ser emigrante e agora ainda mais...
Claro que não gosto, e evito ao máximo fazer aquele truque do emigrante da Suíça de falar o franceguês. "On vamos de vacances a la Portugal" e outras pérolas que tais.
Mas muitas vezes, com pessoas que aqui vivem, acabo por misturar palavras dinamarquesas (substantivos principalmente) num discurso em Português porque é mais fácil e rápido...
Credo...
Por exemplo, nunca uso a palavra infantário em Português, é sempre em Dinamarquês.
uuoopppsss
vamos lá para com isso menina Mafas!

Tenho de estar sempre a fazer um esforço consciente para falar Português em casa quando tenho um marido Dinamarquês e um filhote que só fala em Dinamarquês (embora perceba o Português).

É dificil mesmo... O puto só responde em Dinamarquês e nem mesmo obrigando o ponho a falar Português.

Quando estamos em Portugal lá treina um bocado e as coisas saem-lhe, mas com algum esforço e ainda com confissões noctívagas com lágrimas e tudo:
"Mãe, eu não consigo falar Português..."

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Tirar a carta - o meu lado controlador comunista

Ter um filho devia ser como conduzir
Devia ter de se passar um teste de teoria e de prática para sermos autorizados a mantê-lo.
Levado ao exagero - O que eu quero dizer é que há toda uma informacäo actualizada / pedagogia que muitos pais nem querem saber nem se preocupam em procurar e educar mal criancas leva a desastres piores na sociedade do que acidentes nas estradas.

Sorrisos Sorrateiros #1

Esta vai ser uma rúbrica a repetir non stop com os dizeres do meu filhote que me fazem derreter.
É engracado como ser pai ou mäe nos torna altamente focados na nossa cria e a achar que cada nova frase ou espontaneadade é a coisa mais ternurenta que ouvimos em toda a nossa existência.

filho - mäe mäe - anda ver um bebé na televisäo
eu - Ah que querido!!
filho - sim
eu - Podiamos ter um bebé cá em casa?
filho - Näo!! um cäo!!

Foi a primeira vez que ele mencionou querer ter um cäo 

As descobertas da (quase) meia idade

Descobri uma maneira de näo adormecer ao ver filmes em casa 
Passar a ferro enquanto vejo o filme...
Estou de volta ao mundo dos blogs depois de 3 anos de pausa.
No fora do galho quero ter muitos registos, poucas fotos (porque isso dá muito trabalho) e muitas teorias, experiências e postas de pescada sobre o que me passar na moleirinha.