sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Reduz as necessidades - se queres passar bem...

Inspirada pelas declarações polémicas da Isabel Jonet dei por mim a lembrar-me das primeiras impressões de quando cheguei a Copenhaga.

Calhei viver num apartamento que não tinha duche! Imaginem... Eu vinha para um país do norte da Europa, país desenvolvido e muito mais "rico" que Portugal.
E havia apartamentos sem DUCHE!!
Estavam a construir um duche comum na cave?!?!? Imaginem como me senti... Foi o maior choque, e passei a tomar duche na piscina municipal e no trabalho. 

A minha indignação deu por mim a investigar se seria aquilo normal ou se eu tinha tido especial azar...
A verdade, é que há ainda em Copenhaga muitos apartamentos sem duche, em que as casas de banho são comuns porque não há espaço nem foram remodelados. É certo que há cada vez menos, mas ainda há... 
Isto para dizer que este país que vem em estatísticas como os mais felizes e dos mais desenvolvidos, tem padrões da normalidade e do aceitável muito inferiores à média em Portugal.
Há um planeamento central muito forte, e sempre se valorizou remodelar os prédios antigos, em relaçäo a destruir e construir tudo novo - com mais conforto mas com menos "respeito" pelo património cultural. 

E é em muitas outras coisas que valores básicos como a cultura e o ambiente são valorizadas   em detrimento de luxos e comodidades "fáceis" e populistas.

Por exemplo, os elevados impostos que existem em relacäo aos automóveis - um carro aqui custa mais de o dobro que em Portugal, decidiu-se que tem de ser assim para não estar tudo entupido de carros e tubo de escape.
É chato, as pessoas queixam-se também, não dá para ter 4 carros por família, a maioria só tem um e muitas mesmo não têm nenhum...

Não estou com isto a dizer que não há miséria em Portugal, a situação está cada vez mais dramática, principalmente para quem não tem emprego ou quem tem ordenados miseráveis.
As pessoas estão a ficar saturadas de tantos cortes principalmente sem verem resultados nem luz ao fundo do túnel. 

Mas há que concentrar o protesto, pensar no que é realmente essencial, não atirar em todas as direcções, e principalmente não perder a esperança... 


1 comentário:

  1. Gostei, e ainda bem que estcreveste sobre uma realidade que conheces bem, porque os portugueses estão sempre a dizer mal do seu país e é uma pena. beijos nossos

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